Capítulo 1. Introdução

ĤøŅĐΔj̆₀ se propõe a ser um sistema de RPG (role-playing game) dinâmico, acessível, genérico e intuitivo.


RPG

Role-playing game é um tipo de jogo onde os jogadores representam papéis, personagens, criando narrativas colaborativamente.

Geralmente o jogo é coordenado por um juiz chamado “mestre do jogo” (game master), que utiliza um sistema de regras que normatiza a evolução do jogo.

Sistema de RPG é este sistema de regras.

Há alguns sistemas muito aceitos entre os jogadores.


Livro-jogo

Na década de ’70 os livros jogo, ou aventuras solo, ficaram muito populares. Neles o leitor é solicitado a tomar uma decisão em momentos críticos da história, podendo ser direcionado a páginas diferentes do livro.

Com o tempo e a evolução da técnica, foram acrescentadas características quantitativas e entropia através do lançamento de dados, formando os primórdios do RPG.

O autor mais importante de livros jogos é o escritor britânico Steve Jackson.


D&D

Dungeons & Dragons, ou simplesmente D&D, é o sistema mais famoso de RPG, e também o mais importante, definindo as bases do que deve ser considerado um sistema.

Foi criado no princípio da década de ’70 por Gary Gygax e Dave Ameson a partir de jogos de tabuleiro como WarGames, com o objetivo de transportar os jogadores a um mundo de fantasia baseado na obra de J.R.R. Tolkien.

Frente a ameaça de processo pela Tolkien Enterprises, os criadores se viram obrigados os nomes usados em seu sistema, como hobbit, que virou halfling.

A 2ª edição do sistema foi chamada AD&D (Advanced Dungeons & Dragons) e a 3ª, baseada no Sistema d20, foi renomeada para D&D3.

Nas duas primeiras versões, além de tabuleiro, utilizava toda uma fauna de dados de diferentes lados, nomeados pela letra d seguida pelo número de faces do dado: d₄, d₆, d₈, d₁₀, d₁₂ e d₂₀, além de uma moeda (chamada d₂) e algumas variações dos dados, como um dado de seis faces com potências de 2.

Atualmente pertence à Wizards of the Coast, subsidiária da Hasbro.


GURPS

Generic and Universal Role Playing System, abreviado para GURPS, foi o sistema criado pelo americano Steve Jackson, homônimo do autor britânico, e publicado pela primeira vez em ’86, ganhando o prêmio de sistema mais realista de RPG do Origins Award em ’88.

Tem fama de ser complicado, mas na verdade é apenas incrivelmente genérico e completo. Utiliza apenas dados de seis faces (d₆).

Encontra-se na 4ª edição.


Sistema d20

Sistema d20 (d20 System em inglês) foi o sistema criado pela Wizards of the Coast em 2000 a partir do AD&D. É uma simplificação daquele sistema, tornando-o mais ágil e flexível.

Leva este nome por usar apenas dados de vinte faces (d₂₀).

Além da simplicidade, sua característica mais marcante é a licença: Open Game License, que é aberta e permissiva.

Muitos sistemas derivaram do d20, como d20 Modern, Pathfinder RPG, Tormenta RPG, 4D&T e o próprio D&D3.


3D&T

Inicialmente chamado Defensores de Tóquio, foi criado por Marcelo Cassaro para a revista Dragão Brasil, e ganhou seu nome na 3ª edição.

A 2ª edição foi chamada AD&T (uma referência a AD&D), a 3ª 3D&T, a 4ª 4D&T e a 5ª 3D&T Alpha.

O sistema utiliza apenas dados de seis faces (d₆). A 4ª edição, chamada ora 4D&T, ora 3D&T 4.0, é apenas uma adaptação do Sistema d20 para dados d₆.

O sistema é extremamente minimalista, sendo fácil de ser jogado, porém criando dificuldades por falta de suporte quando as campanhas evoluem.


Generic Fuzion

Generic Fuzion Rules foi um sistema da década de ’90 criado e mantido pelo FUZION Labs Group. É bastante focado no chamado “universo cyberpunk”, uma realidade futurista.

É um sistema relativamente simples, mas extremamente poderoso, capaz de suportar as diversas nuances de possibilidade de futuro tecnológico.

É uma amálgama entre os sistemas Hero System e Interlock, e utiliza apenas dados de dez faces (d₁₀).


Storyteller

Sistema criado por Mark Rein·Hagen na década de ’90 para a editora White Wolf. Utiliza apenas dados de dez faces (d₁₀) e enfoca fortemente na representação mais do que na característica de “jogo”.

O sistema gira em torno de um mundo fictício chamado Mundo das Trevas, habitado por vampiros, lobisomens, aparições, múmias e demônios.


Tagmar

Tagmar foi o sistema criado em ’91 pela editora GSA com a pretensão de ser o “1º RPG Brasileiro”.

A realidade que o sistema simula é um plágio do mundo de D&D, porém o sistema é completamente diferente, mais complicado, menos eficiente e dependente de tabelas pré-definidas pelos autores do sistema, com pouca ou nenhuma margem para adaptação.

Com o fracasso do projeto, o sistema foi encerrado em ’97, para ser ressuscitado em 2004 sob licença Creative Commons.


Compacto

Compacto foi o sistema criado em 2009 por Cláudio Torcato para jogos em mundo cyberpunk.

Utiliza apenas dados de seis faces (d₆) e seu sistema de níveis de habilidade é baseado em “classes” em vez de níveis quantitativos.

Devido a esta característica, também é bastante dependente de tabelas, que precisam ser definidas pelo mestre antes de cada partida caso algo não tenha sido previsto pelo sistema.